terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Noite Dourada


De fora apenas se via a janela, no primeiro piso, é capaz, dourada, tépidamente iluminada, recheada de mesas simples e de bom gosto, luxuosamente reuqintada de pessoas, altas pessoas desse alto primeiro andar, que disfrutavam de uma qualquer refeição, jantar, sim era jantar. Uou! Excalmei eu. Quatro estrelas! Que máximo! Observei por momentos a porta, a transparente porta que comunicava com a recepção, confortável, igualmente bonita, moderna, quente. Simpática, parecia simpática e era convidativa. Almejei um dia lá ficar, quiçá numa loucura aventureira? Depois de ter descido o Parque, e atravessado acho que já mais de metade da Avenida, de noite, claro, já quase nada mais poderia juntar magia ao passeio ao qual o tempo deu tréguas. Mas dois passos à frente, lá estava ele. Comodamente imóvel, apreciando também ele a agradável noite e muitíssimo bem vestido de cartões, sob os quais dormitava deitado no chão. Muito bem acompanhado da a sua garrafa de vinho, companheira de longa data, atrevo-me a dizer. Mas que é a única capaz de olhar por ele na solidão. Se teria fome? Provavelmente. Mas as altas pessoas do primeiro andar não. Mergulhado numa imensa núvem cinzenta, não me foi possível ver-lhe a cara. Se calhar também não quis, envergonho-me muito por isso, por não ser quem desejaria ser. E discretamente lá estava ele escondido. O sem-abrigo, o vagabundo, o marginal, aquele que não vive porque não pode, ou porque não quer na minha sociedade. Não, não estava escondido, estava lá para quem visse. E vive, vive na minha sociedade se não eu não o via, se não não me indignava este contraste de dois passos, se não não haveria a luxuosa refeição iluminada, a que o escuro e magro e solitário homem sem casa não pode aceder, porque à minha sociedade nem eu sei se pertenço.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

A Cimeira da Apatia Azul


Não sabem há quanto tempo já andava para vir aqui escrever isto. Sou uma vergonha, estou de férias e não escrevo, é um facto... Tinha um dossiê para fazer sobre a Cimeira de Copenhaga, era um assunto que me interessava, mas ainda não tinha percebido que resultados tinham sido obtidos (talvez porque não foram quaisquer resultados obtidos), então, como sou um génio, descobri um site do Jornal de Notícias que tinha notícias actualizadas sobre a cimeira, em várias partes do dia. O que é que a esperta da Joana Catarina fez: toca de as compilar, e depois quando me apetecer que leia! Passaram-se dias e nada de ler aquilo, li até metade e até estava atenta (são 13 páginas a tamanho 10 de Times New Roman!), continuava pensando que quando acabasse de ler aquela matéria que muito me seduzia, escreveria o post. O facto é que ontem, vi um debate na 2 sobre o assunto e fiquei muito mais esclarecida, escusado será dizer, que embora depois tenha lido o resto, não faço a mínima ideia do que lá consta...


Devaneios à parte, o que interessa é que acho que esta gente ainda tem muito para aprender sobre governar o Mundo (como se fosse função dos Homens o governar!). O objectivo da cimeira era encontrar um acordo que comprometesse os países a não permitir que a tempreatura subisse mais dois graus acima da verificada na era da revolução industrial.

Mas daqui resultou que, já não se queria procurar aspectos para agarrar no Protocolo de Quioto que acaba em 2012 (I think), e que estabelecia metas para a reduçaõ da emissão de CO2. Após reinvindicações da União Africana, lá tentaram discutir este assunto, mas o protocolo ficou, claro, sem nenhum seguidor.

A cimeira foi como que um jogo entre dois blocos China e EUA, segundo algumas fontes. EUA mostraram vontade de mudança e participação, mas nada muito claro, pois a defesa de Obama remeteu-nos para o "Comité dos Representantes"? (talvez seja outro órgão) que não permite que algo seja aprovado sem dois terços de votos a favor ou algo parecido. China por outro lado, apoiada pelos países em desenvolvimenrto, alegava que tinha também o direito de se industrializar. O que me consta também é que a China, assumindo-se país desenvolvido nalguns aspectos, quando precisa de tomar responsabilidades, refugia-se no conceito de país em vias de desenvolvimento.

Para a Índia por exemplo, os países ricos, responsáveis por a actual situação, devem ajudar financeiramente os mais necessitados, E ficou estabelecido que se criaria um fundo para financiar a tecnologia ecológica dos países mais pobres. No entanto a cimeira estava a terminar e não havia nada palpável. Era um seguimento de discursos e não podia. Era necessário tomar decisões.

Tal não aconteceu em termos de compromisso e advertências. O acordo foi "anotado" e ISTO PARA SALVAR O PLANETA NÃO CHEGA!


Não tiveram tempo de tomar decisões em duas semanas... quanto tempo mais precisarão quando já não houver mais tempo?!


O FUTURO DO MUNDO NÂO PODE ESTAR NAS MÃOS DE QUEM NÃO DÁ PROVAS QUE O PODE MUDAR!



"o nosso clima, não o vosso negócio" GREENPEACE

sábado, 12 de dezembro de 2009

Os dois Cinzentos Passos que agora são três e Mais Claros

Pesoas, pessoas e mais pessoas. Cada vez mais e cada vez mais longe. Longe sim, e não vou até lá. Não vou não. Recuso-me! É sempre assim e sempre assim foi... aquela distância de dois passos que podes percorrer para a mim chegar, desta vez, não a vou percorrer. Tanto, tanto que já vivemos, tanto que já confiámos, tanto que já encontrámos... e agora nada, as maravilhosas conversas de cheiro a gengibre lá ficaram, na casa dos caramelos e batidos com os livros na varanda, na casa do terraço grande e dos cereais com leite frio... e o pior é que não notas a verdadeira importância desses dois passos, que podem ter cada vez mais pedras, ou mais buracos e até embondeiros, quem sabe? Para ti são só dois passos de distância, e porque não dá-los eu? É sempre assim e sempre assim foi... E quando inevitavelmente nos encontramos nessa densa floresta, ou no deserto árido vês-me como dantes. Mas o dantes já passou e o outrora é agora presente, e as conversas de cheiro a gengibre não habitam mais nesses encontros ocasionais. Mas cada vez mais os dois passos parecem três, e quatro... e nesse mítico caminho tu consegues ver-me perfeitamente, o que talvez não passe de uma miragem, causada pela sede que tens do passado e que perpetuas para o futuro. Para mim não pode ser assim, a ponte enfraqueceu de mais, não me regaste como devias, por isso seco agora. Mas não quero dar aquilo que não recebo, e bem sei que não me procurarás. E aí, quando sentires cheiro de gengibre em outras chaminés que não as nossas e de batidos de fruta em outros terraços, consigas entender o espaço que cresceu e o percorras para me buscar. Se não, é porque de nada valeram e, o teste é bom. Se ao menos fosse corajosa para o fazer... mas a minha amizade é tão forte que, pelo menos, pelas pernas traçadas à chinês com os pés descalços no chão frio, e pelas saudades que disso tenho, eu continuo a alimentar-te a miragem que de mim vês e contemplas, mesmo sem conhecer.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Leve Brisa Azul da Noite


Cheiro a ti.
E o perfume que em mim
fica e que de ti é,
é profundo e intenso,
porque de ti assim é.

Quando por vezes te sinto,
é pelo teu perfume
que sonho e tremo,
e quase cândida fico.

É a saudade que de ti tenho
que assim me deixa,
a vontade de te ter perto
mas de longe estar e a vontade
de bem de perto cheirar,
aquilo que me podes dar.

Apenas o perfume tenho
e com ele me contento,
basta para aliviar
a ânsia que me não
leva o vento.

Mas depois tudo se mistura,
floral, doce, suave ou frio.
E aqui se perde o meu nariz,
nos pensamentos que teus
Poderiam ser.

E lembro-me de outras eras,
de histórias e lugares.
E pessoas facilmente me invadem
com perfumes que outrora conheci
mas de perfumes não me esqueço
e não me esqueço de ti.

Desejava mesmo
era poder ter-te a ti
e o passado que vivi.

Cheiro a ti e é bom,
porque contigo posso estar
e sinto que pertenço
verdadeiramente a um lugar.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Palácio de Magenta Amor


Outrora corríamos pelos corredores, largos, fundos, sob um céu de sonhos ondeantes, esculpidos por gente grande e escondia-me na alcova real, de mantos rosa de veludo e de desejos dourados, de paixões espelhadas e encontrava-te depois coberto pelo cortinado de seda azul da noite, envolto em mistério, no mistério que me seduzia e nos jurava amor. Passávamos a sala de rompante e tropeçava no sofá, nas caneladas do destino, e sabia de certo, que, desatenta, iria de novo contra algo, mas não parava, e tu corrias atrás de mim, apenas paravas com medo de fazer as porcelanas cair, mas depois continuavas, e seguias-me até ao quarto dos infantes. Subitamente aparece o mordomo, paramos, coramos, continuamos a ver. Ele passa e entramos, agora sim éramos iguais, ambos crianças, simples, que no meio da ingenuidade traçávamos futuros, e no meio dos livros de histórias de encantar que narravam histórias de reis e rainhas, príncipes e princesas, condes e condessas, adormecíamos no tempo. Investes, e eu fujo, para a cozinha, agora. Passas a mesa, eu pego na frigideira, pesada, tem a força do nosso amor, ias levar com ela, mas simplesmente me abraças e a carregas. Põe-la no lugar e agarras-me. Até hoje. Espera!, disse eu, e o terraço? No terraço vivemos agora, com as rosas da fina diplomacia, e as giribérias que a mim lembram alegria. Com os cravos, e as dificuldades, e as túlipas e os amigos. O Sol sempre raia lá em cima, e no banco nos sentamos a contemplar a vida, as heras trepam pela parede como o nosso amor que cada vez cresce mais, e o perfume? Esse acende-nos a paixão e move-nos na vida.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Esvazia-se no Cinzento


A minha stôra de Português diz que "A saudade não tem tradução. Podemos traduzi-la, mas a saudade portuguesa não é como as outras." Sempre me pareceu um bocado duvidosa esta afirmação, já a a havia ouvido de outras bocas... mas se calhar é verdade. Relativisando o assunto, podemos ver que desde os descobrimentos, a separação de famílias tornava evidente a saudade, este sentimento de falta, de angústia, de querer estar e não conseguir, de querer tocar e apenas ver o vazio... Mais tarde com a emigração, a busca por uma vida melhor que separava tantas casas e, a guerra, a guerra que trazia a incerteza do regresso a casa. A ausência doi, mas não saber se haverá a possibilidade de novamente voltar a ver uma pessoa, magoa e fere muito mais. Sempre fomos um povo sofredor e somos, excessivamente, quentes. Quentes, acolhedores, próximos... e assim nota-se muito mais a ausência.

A saudade é algo que me invade muito, quando estou mais frágil ou quando me fragilizo com ela mesma.A minha estabilidade é posta em causa quando alguém sai da minha vida, ou quando há essa possibilidade. Não suporto a dor de perder alguém. Quero tudo assim, tudo igual. Ver-me longe de alguém que amo, é uma questão que nem consigo evocar, mas às vezes, a realidade evoca-a por si própria e aí tudo desmorona. Mas há que viver com isso, e nunca cair na ilusão e na esperança de que as partes de nós que por aí circulam, sabem que os amamos verdadeiramente.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Chocam-me de uma maneira Laranja Berrante

Só tenho a dizer, que 40 % de abstenção é uma vergonha.
De que valeu Salgueiro Maia pôr a vida em risco e o professor B. lá da escola ter atracado em cima daqueles tanques em Abril, se ninguém agora quer decidir por si?
Abstenção de 16% em 1976 e agora isto?
Faz falta sentir-se o sabor da liberdade, faz falta pensar. Tudo rouba a intelectualidade humana e a ocupa com actividades desnecessárias. E assim, tudo pensa pelas pessoas e as pessoas deixam de pensar. Opinião, não sabem o que é? Opinião é o que tenho porque penso, porque uso o cérebro. Como pode gente hipócrita não escolher e queixar-se depois?
Consequências de quando não se escolhe. E deviam ser mais graves do que são. Só para aprenderem.
Voto em branco é sempre protesto.

É verde, mas eu gosto


Citadina até mais não. São raras as vezes em que pensamos sobre o que somos. Eu sou uma miúda da cidade, e ninguém o pode mudar, nem eu mesma. Acho que a cidade nos mima e mal habitua. Posso ir ao cinema quando quero, onde quero, com quem quero. Tenho-o a dois passos. Tenho tudo à mão, lojas, restaurantes, livrarias, perfumarias... até a linha de metro, que tantas vezes me carrega. Posso ir para onde quero, quando quero, sem satisfações nem complicações. Eu entro e ele, o metro, leva-me. Para longe, para perto. Até para onde eu não quero ir. Mas leva. E aí, toda a dependência que me possa prender desaparece, vou para onde quero. Quem me impede?

E vou para Lisboa, por exemplo. Dantes Lisboa não era importante. Dantes Lisboa era comércio e serviços. Mas agora não. Lisboa é Lisboa. E descobri que é linda, que é verdadeira a beleza do rio e, que poucas serão as cidades dotadas de tanta fantasia que a história lhes confere. Imaginem, todos os recantos. Todos os passos cujos recantos foram espectadores. As personagens. As causas. E o rio? O rio que para mim, apenas era a ilustração da longa e interminável estrada que conduzia à praia nos dias de trânsito caótico, agora é mais do que isso. É o Rio da cidade. Aquele que sabe tudo. Nada acontece sem por ele passar. Nada se fala sem ele saber. E a cidade ele beija, e abraça. E protege. E, agora, aquele rio que dizem ter-me sido mostrado muitas vezes, faz lembrar-me quem sou, e de onde sou. E é esse rio que tenho em comum com todos os que habitualmente me constróem.

E continuo a ser a princesa da periferia, mas ao menos, conheço o Rio.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Puras Justificações Brancas

E sempre que te vejo fico assim, esquisita. Acho que é a vontade de querer mais e não ter. A vontade de te querer ver mais. E saudade, saudade sim. E, já que nunca vou ter coragem de te dizer isto na cara, escrevo aqui, pode ser que, de uma maneira ou de outra, esta informação chegue até ti.
Eu tenho necessidade de conceptualizar, de rotular, de definir. Neste caso, preciso de organizar o que realmente sinto por ti porque, mesmo que já ninguém deseje saber, eu acho que me tenho de justificar, nem que seja, a mim mesma.
Primeiro que tudo, devo dizer que este tipo de coisa que por ti nutro, até a mim me parece ridícula, por isso não censuro quem o ache também, nem mesmo tu. Mal falámos, pelo menos, de coisas profundas, e nem sequer convivi contigo num grande período de tempo, daí a tal “estranhez” desta coisa. No entanto, sei perfeitamente a tua opinião sobre mim, e tu próprio mo disseste e, mais tarde, quem te era mais próximo o reforçou. Talvez por isso, talvez por saber que confiavas em mim, que me valorizavas… não sei, acho que passo tanto tempo a tentar ser perfeita, que quando alguém repara, fico estonteante. Tu reparaste. Provavelmente estou mal habituada e terá sido essa a razão do meu “gostar de ti”. A partir daí, passaste a ter carta branca para todos os teus erros. Tinhas o meu apoio incondicional, mesmo se não o merecesses.
Neste seguimento, muitas das questões, prendem-se com este mesmo “gostar de ti”. Não era paixão, isso nunca: paixão envolve desejo, é carne e não era esse de todo o meu sentimento por ti. Amor? Não, pelo menos no termo em que o conceptualizamos. Nunca almejei qualquer quadro romântico, não, nunca, pelo contrário. Acho que o que eu queria era uma relação de irmãos, e aqui entra a parte ridícula, acho esta relação, racionalmente injustificável e despropositada. Mas é nesses mesmos termos, racional, adjectivo que por vezes não me caracteriza. Sou sonhadora e acredito em utopias. É verdade, todos temos as nossas falhas.
Tenho uma irmã, mas nunca me dei muito bem com o meu pai, acho que necessitava/ necessito de um elemento masculino mais acessível. Acho que foi isso que encontrei em ti, queria uma relação de confidência, percebes?
Ter um melhor amigo com quem podia contar.
Expressei-me mal algumas vezes, é certo. Fui mal interpretada, se calhar com razão. Mas nunca fui muito boa a joguinhos. Acho o deixar surgir da espontaneidade tão mais simples… Talvez tenha sido esse o derradeiro erro, e aquilo que não chegou a acontecer acabou ali. Houve um corte quando me precipitei, quando confiei na inexistente compreensão dos meus actos.
Ainda assim aguardo, estupidamente, por um regresso. E pelo feliz findar dos meus planos. E pelo brilho nos teus claros olhos. E, por isso passo mais atenta junto ao teu trabalho procurando por esses teus olhos, e por isso estou constantemente à procura de algo nos locais onde passas, e por isso olho sempre para dentro de todos os carros iguais ao teu, esperando que de lá saia o teu olhar e o teu sorriso. Se algum dia leres esta informação de carácter explicativo, saberás que és tu.

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Mais um para a colecção de Cores


Ah ya, esqueci-me de dizer: fiz dezassete anos!


Não é qualquer um, hein.


Rodeada de metáforas, comparações e hipérboles que ocuparam a minha vida, tornei-me uma quase adulta da qual me orgulho. Sinto, respiro, vejo e faço. Por agora chega.

Consciencialização Encarnada-Atrevida

-Sabes quando te vais meter numa alhada, mas mesmo assim queres ir em frente?
-Sei.
-Sabes quando provavelmente, a única coisa que te vai restar no fim da aventura, são ilusões desfeitas, por quem nem sequer sonha que tas desfez, mas mesmo assim experimentas?
-Claro que sei, e tu também sabes. Não é?
-Sabes quando tu achas que estão a acontecer coisas, que tentas negar, mas que no fundo acontecem e tu finjes-te despercebida, mas a verdade é que queres subtilmente pedir explicações.
-Sei e tu já devias ter aprendido que não vale a pena pedi-las.
-Sabes quando tu, já por experiência sabes que não vai dar em nada, mas mesmo assim acreditas utopicamente num bom resultado, aquele pelo qual esperas desde sempre?
-Sei ainda mais, sei que tu vais subtilmente fazer isso tudo e no fim, continuarás a esperar. Tal como ainda fazes.
-Sabes quando vês o passado no qual ainda confias e vês o futuro no qual tens medo de avançar, mas um bichinho na barriga diz-te para deixares correr o presente?
-Sei, e sei que depois do teu atrevimento, ficarás à espera dos dois eternamente.
-Mas hoje passou o passado, e eu parva, por muito que saiba que ele não volta, continuo a visualisá-lo no futuro. E este presente, este presente logo se vê. Mas eu cá não empato!
-Sei que tu gostas de confusão, e que vais esperar para ver, quando devias assistir na plateia e não no palco principal.
-Sabes quando achas que é outra missão, não sabes?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

"Ficas tão rosada depois do jogging!"


Começo a medo entre empasses, tentando atrasar o inevitavel. E dão o emporrão e inicio a corrida. Devagar, com pouco entusiasmo, mas depois com força, de vontade pelo menos, um, dois, três passos acelerados. E já está. Corrida contínua como eu gosto, sem desníveis nem arritmias. Constante. Agora já não paro. Não desisto, não troco, não me alio ao vai-vem. Mas passado algum tempo o corpo começa a ceder, as forças falham quando é necessário amparar uma queda no destino, uma queda minha. E recorro novamente à força, posso motivar-me em ti, ou em ti, ou em ti, ou mesmo nela, ou neles. Mas a minha motivação nem sempre é segura e é tarde quando disso me apercebo. Mais enfraquecida fico. Mas não paro. Não sou miúda de parar. Por mais que não seja para mostrar o que valho. Ainda assim, quando consigo aguentar o cansaço muscular, começam os pulmões a pedir mais, e mais, e mais. E eu respiro, muito. Insiro, inspiro, inspiro, mas mal expiro. Tudo entra e não sai. Como às vezes desejava poder expirar mais e respirar devagar, oxigenar o sangue? Mas não. è uma aflição tão grande, uma necessidade de morte em encher, mas esvaziar custa. E quem corre comigo tem de saber ensinar-me a respirar e tem saber que não estou a deitar fora e tem de saber aliviar a minha dor. Aí chega o momento insoportável, aquele em que as pernas já não correm, em que os pulmões já não se enchem, em que paro. O momento de parar. E paro, fico pelo meio, terei já cumprido os meus objectivos? Os outros continuam mas eu não. E que mal há nisso? Houve gente que parou antes de mim.

E amanhã começo de novo.

A minha vida nada mais é que um jogging de sentimentos.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Subjectivismo da Sabedoria Azul


"Franklin sabia pelos dedos dos pés contar, e os sapatos apertar"

Fazendo um balanço da minha estadia na Terra, contraponho o que já sei e o que me ainda é desconhecido.

Sei que a Terra gira em volta do Sol e a sua temperatura média são 15º, sei que já houveram duas guerras mundiais, distintas entre si, mas semelhantes na inutilidade, sei que Bill Gates é o fundador da Microsoft e Pasteur descobriu a penicilina. Sei que o CFC's contribuem para a redução da camada do Ozono, que o valor de Pi é aproximadamente 3, 14 e o Teorema de Pitágoras se traduz pelo quadrado da hipotenusa ser igual à soma dos quadrados dos catetos, num triângulo recto. Sei ainda que o coração tem duas aurículas e dois ventrículos e que Jonh Locke defende o Empirismo. Sei que Eça de Queirós escreveu "Os Maias" e "A Tragédia da Rua das Flores", sei que D.Pedro nunca mais foi o mesmo depois da morte de Inês e que Picasso pintou "Les Demoiseles d'Avignon".

Mas sei ainda que a D. Luísa quer sempre uma tacinha de vinho natural, e o Sr. Madamas come sempre com uma faca de serra, sempre. Sei que o Sr. Armando não se lembra do que comeu ao almoço, mas sim do que viveu na Índia há algumas décadas atrás e sei que a D. Prepétua só bebe café com adoçante e que a D. Odete adorava quando eu reparava que ela tinha ido ao cabeleireiro. Sei que o Sr. Rita gosta da bica curtinha e não come arroz porque comeu muito na tropa e que a D. Lucília fica envergonhada quando a tentam juntar com o Sr. Madamas. Sou das pessoas, sou uma pessoa por ser das pessoas.
Tal como o Franklin, sei uma gigantesca quantidade de coisas simples pertencentes ao meu espaço ao meu tempo. Coisas que dão mais alegria aos dias da multidão que me envolve, ou que, pelo menos, a podem fazer sentir melhor.

Ainda me falta aprender muito. Muito sobre a física, a biologia, a história, a geografia, a língua, a matemática...

E muito, muito sobre as pessoas. Sobre ocupar um espacinho nesta sociedade que pode muito bem ser familiar, se assim a concebermos. O que mais almejo é o dom da Palavra, talvez já não esteja tão longe assim...

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Sim ao Azul, Sim às bolas Amarelas, Sim aos Sóis Verdes-Claro


Há daqueles dias em que tudo é bom. Dias em que sorrimos e zangamos, falamos depressa e amuamos. Dias com ou sem coisas menos boas, que escapam à inteligibilidade humana.
Dias em que ouvimos críticas e não protestamos, em que gentes nos corroem todo o juízo como abutres em volta da carne e nós desprezamos e dizemos “está bem” a tudo, em que nos querem fazer inferiores e nós não deixamos.
Dias em que todas as músicas de rádio são ouvíveis, dias em que todas as notícias são boas, ainda que descanse o Mundo em paz e o céu nos visite e o mar abrace meio planeta, ainda que as areias dos desertos dancem baladas até terras mais longínquas e o gelo dos pólos possua a liberdade, dias em que o não nos soa a sim e as perdas se transformam imediatamente em ganhos.
Dias em que nada nos incomoda e tudo nos satisfaz. O vento não despenteia. A água fria não salpica. O calor não nos faz suar. Os animais não nos amedrontam. A energia não nos cansa.
Dias imprevisíveis, irregulares, e extremamente felizes, em que o Mundo gargalha connosco.
Dia Sim! Hoje é dia Sim. Amanhã sê-lo-á também: “certezo” nisto!
Há e haverá um Sol e uma Nuvem, mas nos dias tais, sentamo-nos na núvem e encharcamo-nos de sol.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Aquela Hipocrisia do Mundo Rosa


Falta-me coragem. Mas irrita-me esta cobardia. Irrita-me que gente viva assim e que eu nem consiga olhar. Irrita-me que gente viva assim e que a única coisa que eu faça é chorar. Irrita-me que gente viva assim e que a única coisa que me aconteça é ter pesadelos. Irrita-me, chateia-me, angustia-me.
Para uns são só os ”pobrezinhos de África”. Mas não são. África é já ali. E como podem ser tão frios? É uma realidade. Os pobrezinhos? Não são pobres, são sobreviventes!
Como é que é possível que pessoas, seres humanos vivam sem comida, sem água, sem casa… sem família. É verdade, nós lutamos, fazemos birras, zangamo-nos por roupas, por passeios, por jogos… eles nem dinheiro têm para comer, nem dinheiro têm para ir à escola. MUITOS COM A MINHA IDADE E MAIS NOVOS, NEM PAIS TÊM!
Mas eu não queria fazer este discurso. Já toda a gente o sabe. E é um discurso cínico, irritantemente cínico. Porque ninguém faz nada. Porque eu não faço nada! E porque raio é que eu não faço nada, se sei que há coisas para mudar?
Sei ainda que provavelmente nada farei depois deste discurso. Mas é um facto, eles existem, eles não têm casa, eles não têm comida, eles não têm água.
E nós? Mas, posso tentar recolher-me à minha sensibilidade cínica ferida e, pensar que já não é mau se, ao nos consciencializarmos, passarmos a dar menos valor aos materiais e a dar mais valor ao que mais valor tem. Mas isto também é muito bonito e, mais uma vez, extremamente cínico.
Sinto-me uma miserável ao saber das coisas a que dou valor e ao saber das coisas com que eles vivem. Mas isso não lhes serve de nada. Servia-lhes de alguma coisa se, em vez de me sentir miserável, eu mexesse uma palha por eles.
Podemos tentar ser menos consumistas.
Mas o que eu queria com isto, é que, fujamos ao cinismo e à hipocrisia e consigamos ter alguma ideia de aquilo em que podemos ajudar, mesmo com o pouco que podemos. Podemos ajudar, o Mundo somos Nós!

Menina de Coração Branco


Era uma menina traquina
E, que, mesmo um pouco varina,
Conseguia o que queria,
Sempre pela simpatia.

Era uma menina que todos gostavam
E que até presenteavam,
Pela sua honestidade e sinceridade,
Alegria e acessibilidade.

Mas um dia essa menina caiu,
Porque muita gente viu
Como a menina sorria
E brincou com a sua alegria.

Foi aí que no escuro se escondeu,
A menina que o Sol conheceu,
Mas para o qual nunca mais olhou
Com medo de quem a magoou.

E agora peço à menina traquina
Que volte à antiga rotina,
Para que eu, com o seu amor,
Aprenda a acabar com a dor.

E sei que vai ser igual,
Num contínuo Natal,
Em que a menina faz o bem
Sem olhar a quem.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Teorias Azul de Sabichão


Porque é que as mulheres vão sempre juntas a casa de banho?
Ora bem, a pergunta que tem, durante séculos, perturbado as mentes masculinas tem uma simples razão de ser. Todas as mulheres vão acompanhadas à casa de banho por pena, é isso mesmo!
Pena, e ai de quem o não admita! Tenho argumentos muito sólidos.
Vejamos. Está um grupo de amigos, rapazes e raparigas sendo que uma tem vontade de ir fazer xixi e, dirigindo-se para as raparigas: “Tenho que ir à casa de banho, quem é que vem comigo?” E, prontamente, mais do que uma se disponibilizam.
E, no caminho, vão a comentar: “Epah! Agora estão a roer-se por querer descobrir porque vamos sempre juntas à casa de banho…”
Entretanto, eles avançam com hipóteses: “ Quando chegarem já lhes pergunto - quem limpou quem?”… “Mas que raio escondem elas que têm de lá ir sempre juntas?”… “Eu acho que é para se consolarem, de angústias.”
Quando elas voltam: “Então falaram muito bem de nós? Nós sabemos que somos todos bons mas podem dizê-lo a nós!”
Elas, à parte, “E depois ainda perguntam porque vamos… é para os vermos felizes, ficam todos convencidos sempre que nós lá vamos! São mesmo tontos”.

Porque é que os pais não gostam de centros comercias?
Esta resposta é lógica. Todos os pais se desculpam com o facto de não gostarem de esperar, não gostarem de ver lojas visto serem são muito machos… e não gostarem de esperar, porque as filhas demoram horas a escolher roupas…etc, etc, etc.
A verdade é que têm medo dos seguranças, isso mesmo. Todos aqueles músculos e, aquele mover de ancas para um lado e para o outro, com aquele intercomunicador que lhes confere uma voz sexy… Não! Não! Não é deles, é de duvidarem da sua virilidade!
E, pronto, é esta a teoria.

Porque é que os homens engordam quando casam?
Todos os homens engordam quando casam porque… e aqui vai bomba:

Deixam de ser obrigados a comer o peixe cozido com bróculos que a mãe lhes fazia.
É isto.

sábado, 20 de junho de 2009

Retórica Socrática Vermelha


Podemos não gostar das suas decisões, do seu modo de ser, das suas acções e, até mesmo, dos seus ideais. Podemos, inclusivamente, não gostar da sua postura ou da sua presença.

Más temos que reconhecê-lo como um bom político... muito bom político, um dos melhores, ou o melhor da actualidade portuguesa... por algum motivo "está onde está". Sócrates. ("Alguém falou em Sócrates?" [muito Gato Fedorento] ).

Toda a sua retórica quase me convence daquelas coisas que não me convencem. E eu conheço as minhas capacidades de seleccionar informação... mas muitos não são tão capazes de o fazer. Acho que já tinha aqui escrito algures, que o melhor aliado do poder é a ignorância dos seus súbtidos. Tirem as vossas conclusões...

Sócrates tem o dom da palavra (independentemente do termo a que o conceito se aplique), característica que admiro muito, consegue virar sempre o jogo a seu favor e, mesmo quando o estão a atacar, continua a fazer campanha e a "ad misericordiar" um bocadinho com as coisas que lhe "ferem a sensibilidade". Mas com estas e com outras vai angariando os votos daqueles que até estão chateados, mas que ao ouvi-lo começam a "perceber a sua perspectiva".

Eu reparei nisto no outro dia, na sua entrevista. Tive pena de não a ver toda, mas estava (supostamente) a estudar geografia para o exame (que já foi!). Mas deu para perceber que, ele passou a entrevista a fazer campanha e que, ou a jornalista era a sua melhor amiga e nós não sabemos, ou não o conseguia atacar.

Enquanto não vier um melhor, contentamo-nos com este, bom ou mau, é o que há.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Um brilho Azul (pah se calhar é verde, mas acho que não)


Parece que a minha projecção de futuro não se desmoronou, parece que ainda tem alguma continuidade, parece que consegui ver de novo a luzinha ao fundo do túnel. A Luz dos teus olhos, e, ai, se soubesses o sorriso que tenho nesta cara de parva ao escrever isto. Para mim já tinha acabado, estava feito… isto é, desfeito. Mas admito que, provavelmente, sempre tenha acreditado num reencontro “à antiga!”.
Pensei que tivesses mudado, que estivesses como todos diziam que estavas, que estivesses como eu própria tinha sentido, mas que nunca tinha revelado… mas não, pareceste-me tão como eras outrora, pareceste-me tão próximo, tão conhecido… Os teus olhos tão puros, o teu sorriso tão livre, sem farsas.
Eu sei, muito provavelmente foi um dia bom, alguma réstia de saudade e talvez estejas tão partido como me havia apercebido. É a realidade. Mas não, com certeza que já não estás rodeado por aquela mancha meia sombria que te consumia. Eu espero, eu acredito.
E não quero saber do que os outros dizem ou não de ti, eu nunca ouvi nada e não ouvirei até deixar de acreditar em ti, mas não quero que isso aconteça. Acredito em ti. Na tua pessoa, no teu coração, na tua alma.
Eu precisava tanto de demonstrar como estava feliz, nem que seja nesta pequena ilusão.

Ah! Parece que o PSD ganhou as europeias, mas pelo que ouvi, nenhum dos partidos fez uma grande campanha relativamente à Europa. Eu sinceramente não tomei muita atenção.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Sufocas-me Cinzentamente


Não sei o que sinto. Não sei por quem sinto. Não sei porque sinto. Não sei como sinto. E nem sequer sei quando sinto.

Mas sei que sinto.

Sei que me irrita incessantemente essa tua insolência , sei que me irrita ainda mais, ser incapaz de to dizer, e que me mete raiva estar cada vez mais acorrentada áquilo que não queria sentir, estar cada vez mais sufocada por aquilo que me prende a ti, e ser tão, mas tão impotente quando me falas.

Sei que sinto vontade de te bater. Sei que sinto vontade de te acordar. Sei que sinto vontade de estar contigo. Mas não quero! Essa tua inconstância, esse teu querer-não-querer, esse teu descaramento camuflado.

Tudo me chateia como um dia ventoso que me despenteia e não me deixa ver. Mas tudo me faz querer mais de ti como o próprio dia ventoso que me manda a brisa que me refresca e me faz sentir livre. Mas tu fazes sentir-me presa, presa a uma coisa que não tenho, que não quero ter, ou que não gostava de querer ter. Presa a esse teu despenteado emocional.

Mais valia partir as correntes... mas não consigo.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

O Mundo do Azul Bebé e Rosa Claro

Crianço e gosto de criançar. É verdade, crianço com frequência. Porque, por muito que cresça, felizmente, não me desprendo daquele fiozinho de nylon que me liga à infância.
Tento acreditar… e acredito… ou finjo que acredito para não me chatear. Ingenuidade, é capaz. Mas não sou tão ingénua assim, o que é bom.
Tento ser sincera, mas ainda me falta muito para assim me poder considerar. Não gosto de magoar, o que é bom. Sim as crianças sabem quando magoam.
Mas e, se todos mantivéssemos o fiozinho de nylon? Todos seriamos espontâneos… o meu sonho é viver num mundo espontâneo, queria acreditar nessa possibilidade, é verdade, mas a fragilidade do meu fiozinho começa a não permitir que eu acredite em tais utopias.
Mas seria, realmente bom: Um mundo como o das crianças (algumas) em que se dissesse o que se pensasse, em que não se jogasse com sentimentos, em que se deixasse as correntes da imagem e o bichinho do poder. Um mundo melhor, em que mostrássemos o que realmente somos.
Mas não, não aprendemos com elas. E ainda há quem diga que são infantilidades. Opiniões… mas não me convencem.
Não é preciso ter mais que… ou parecer mais que… as crianças são genuínas e eu tento ser como elas. A cultura das aparências e do poder influencia-me, é verdade, mas não me sinto realizada ao vê-lo acontecer. Não, não me vou render… nunca me renderei.
Eu cresço e evoluo e amadureço e cresço, mas quero continuar a usar a filosofia das crianças. Com peso e medida, todo deveríamos criançar. Eu crianço e hei-de continuar a fazê-lo.

domingo, 24 de maio de 2009

Xico-Espertice Verde, Amarela e Vermelha

E assim que se sentam: CLIC!
( Muito alto e sem se perceber metade das palvras - são nortenhos e falam todos da mesma maneira porque nasceram da mesma barriga)

"-AH eu comprei um carro novo: Um Mercedes!
-O meu ainda não deu problemas, consigo andar a 200 à hora!
-Olhem o meu não é Mercedes mas é como se fosse sobe uma inclinação na (e agora é a mudança espectacular que mais nenhum carro consegue faszer mas que eu não sei qual é).
-E eu daqui até à terra demoro duas horas e meia!
-Eu demoro duas!"

E eu digo, então e fazerem uma corrida até Marte? Não?

(Mais tarde)

"Eu ontem fui a terra!
Ah eu fui lá no mês passado.
Olhem eu estou lá com os pais de dois em dois meses.
Ah eu só não vou porque não posso, mas quando puder..."

Mas e quem é que disse que os queriam lá na terra?

"Aichhh eu ontem vendi 500 pastéis de bacalhau!
E eu? 400 empadas!
O meu bolo rei, se mais tivesse, mais vendia: 700!
Mas nada bate o meu caldo verde: tumba tumba tumba sempre a sair!

Olhem, pra mim é só um café e um copo de água! Brigada!

quinta-feira, 14 de maio de 2009

O Sorriso desses teus Lábios Rosados


Sorrio

e pensas que estou bem

sorrio

e acho que o posso estar.


Sorrio e escondo

Sorrio e omito.

Sorrio,

para não saberes.


E por muito que não queira,

sorrio.

Por muito que me magoe,

sorrio.

E não deixo de sorrir.


E tu consegues ver a luz,

e pensas que estou bem,

porque eu sorrio.


Sorrio para saberes que sou eu,

e não quero sorrir.

Mas sorrio.

E tu sabes que sou eu,

e pensas que estou bem.


Mas, por muito apegada, ao rótulo

de sorridente, que eu esteja,

nem sempre me apetece sorrir.

Mas sorrio,

porque sim.


Sorrio porque sei que

pensas que estou bem.

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Cravos Vermelhos vs. Lápis Azul


É um facto, foi 25 de Abril.


Todos o adoram, porque não trabalham, porque não há escola, porque talvez o patrão dê fim-de-semana prolongado ou deixe fazer ponte... (este ano até tiveram azar porque calhou a um Sábado!)

Mas e o feriado é porquê? "Ah foi uma Revolução que tirou o Salazar do governo." Muitos responderiam.

Mas muito pouca gente se dá conta da importância que teve. E falo mesmo pelos jovens que, não tendo vivido naquele tempo, não se dão conta do que significou. Eu também não vivi naquele tempo, antes de o Salazar (grrr) cair da cadeira e antes do Marcelo Caetano ter fugido de Portugal. Mas sei o que trouxe: Liberdade.

Algum dia, naquele tempo, poderia eu dizer que, deixa cá pensar... "o sistema de ensino português carece em muitos aspectos" sem codificar isto para "os jovens de hoje em dia não sabem das coisas da vida"? E sabe se lá se a mãe não me teria de ir levar um bolinho a Caxias...

Gente, não percebem que dantes nem se podia abrir a boca?! Acordem para a vida, cultivem-se! Não podemos deixar passar o "tal feriado" como se nada fosse. Isto acontecia há 35 anos atrás!

Todos nós aprendemos sobre isto na escola, mas a teoria da escola não implica que se saiba realmente o que aconteceu e, sinceramente perde um bocado a emoção que tem quando é contado por avós, tios, pais...


Muitas pessoas arriscaram as suas vidas, arriscaram tudo para sermos livres! E nós, aproveitamos essa liberdade?

Quantas vezes se ouve barbaridades do género : "Votar? Eu? Os políticos nunca cumprem as promessas! Não gosto de nenhum, não voto! Além disso dá muito trabalho..."

Gente, têm noção da quantidade de pessoas que poderiam ter sido presas, espancadas, mortas por terem feito a revolução, se algo não tivesse acontecido como planeado? Têm?

E depois, é ilegítimo, para quem não vota, criticar seja o que for do governo, porque se não queriam que ganhasse este, não fizeram nada para que o outro fosse eleito.

Saberiam a falta que vos fazia votar se voltássemos à ditadura... Ainda há quem diga "No tempo do Salazar é que era bom!" Sem dúvida, quando a população morria à fome, quando quanto mais ignorantes as pessoas fossem melhor, quando jovens deixavam famílias para ir para uma guerra contra a independência do que nunca deveria de ter sido nosso, quando se ia preso por escrever canções sobre liberdade, quando tudo era feito para que não se desenvolvesse o país... por alguma razão estamos quase sempre na famosa "cauda da Europa".

Nós estudamos, nós sabemos, não deixem que a ignorância nos tome e que permita que sejamos iludidos. O melhor aliado de um regime ditatorial é a ignorância.


Se, actualmente somos ou não livres, é uma questão muito subjectiva. No entanto, só nos compete a nós chegar aos objectivos pretendidos: mudar o que está mal e manter o que está bem.

Não se esqueçam que podemos ser muito livres, mas nunca o seremos de verdade se a nossa mente continuar acorrentada a preconceitos, a ideias feitas, a diz-que-disse's.


(TEXTO CENSURADO) se fosse há 37 anos atrás, por exemplo, a esta hora já a minha avô me teria ido visitar à cadeia, levando uns pensinhos para as pequeninas fridinhas que teria, por ter escrito este texto.

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Amarelos Efeitos da Imagem na Sociedade Seca


Ainda bem que não sou daquelas adolescentes que pensam que o mundo gira em seu redor, que ligam mais ao que vestem do que ás pessoas que as rodeiam e que têm uma auto-estima tão alta que se julgam donas de tudo por onde andam.

Ainda bem que não sou daquelas jovens deprimidas que encaram tudo como um novo drama, e que vêm as coisas sempre de uma forma tão feia, como se os outros as tivessem sempre a prejudicar e, se submetem ainda que não seja sobre elas exercido qualquer tipo de soberania, às acima referidas.

O post, há uns dias, era para se reduzir a isto que, por certo, já tem um grande significado (nem que seja para me auto-convencer de certas coisas e me valorizar), mas hoje decidi completá-lo.

Acho que tudo isto se baseia na imagem. Na imagem que cada um tem de si, na imagem que os outros têm de cada um e, na imagem que cada um acha que os outros têm dele. Para mim, a última é mais poderosa, a mais estúpida e a mais preocupante, sendo infelizmente, a que move mais gente.
Claro que eu não tenho muita moral, por um lado ás vezes acho-me menos que alguém só porque me intimida com a sua imagem e, temo pela imagem que passe. Por outro lado, sei que ás vezes posso intimidar outros que não sintam uma imagem de si tão boa.
Também julgo, é verdade. Também sou julgada, claro que sim e, custa-me bastante,porque ainda não aprendi a lidar com estas coisas, mas isso sou eu que vá, não tenho mais nada em que pensar do que naquilo que os outros pensam...
O que me leva a discutir isto hoje, foi um caso que estive a equacionar. Uma rapariga com má imagem. Deve sentir-se duplamente mal, primeiro porque deve ser alvo de maus juízos e, isto sim é ilegítimo, porque ninguém está mais acima de outrém na inexistente hierarquia social, para que lhe seja permitido julgar de forma humilhante, gozando por exemplo, exercendo o seu poder adquirido pela parvoíce aguda... and so one. E, depois, porque não tem aquele espírito de poder proveniente do brio em cuidar da imagem, daquela pequena vaidade saudável que nos faz recorrer ao "look great", em que nos olhamos ao espelho e pensamos "Caramba, tu afinal és bonita, nem sei como tanta gente não repara" (e lá está o estúpido pensamento nos outros tão presente no meu subconsciente que até aqui aparece).
O facto é que podemos arranjarmo-nos apenas para nos sentir-mos bem, tenho uma amiga que diz, com muita razão, que quando fazemos a depilação coloca-mos o ego muito mais em cima. No fundo, é uma maneira, vá, simples, concreta e meio idiota de traduzir a ideia, mas não deixa de a traduzir.

Mas para verem como esta coisa da imagem influencia tanto a vida das pessoas, temos os exemplos dos empregos. Quanta gente não é aceite em lojas por não ser assim ou assado. Óbviamente, não condeno os empresários, porque se estamos a promover um ginásio não podemos ter uma senhora mais cheinha a distribuir papéis, não chama, tal como não chama uma pessoa com problemas de pele, numa loja de cremes.

Sensuro é toda esta máfia mental que movimenta a sociedade e que sempre existiu e, que nunca vai deixar de existir.

No fim de contas, tu és a exótica e eu a nordica (não se sintam mal perante a incompreensão deta frase, é muito metafórica e tem por trás toda uma situação).

sábado, 11 de abril de 2009

Fuga lilás, sem rosa a atenuar


Nunca esperei. E, mesmo depois de tudo, continuei a não esperar. Parecia-me tão claro e evidente... Eras tu, como seria possível?
Mudaste, mudaste como eu não imaginara. Talvez bruscamente: Ouvi dizer que sim.
Desilusão... Mas há qualquer coisa nesta palavra de que não gosto: faz-me ter saudades, mais do que as que já tinha. Agora tenho mais. Mais de quem eras de verdade.
A culpa não foi minha. Foi toda tua. Foste tu, a culpa é tua.
Mas e se também tiver sido minha? Não, não foi. Poder-te-ia ter puxado... mas tu nem deste hipótese.
Foste tu. Fugiste. Nem sequer encaraste o que tinhas para encarar. E nem uma explicação ouvi de ti. Tudo por outros... e sem explicação.
E afastaste-te, e afastaste-te dos teus princípios, e afastaste-te do que eu sabia que eras, e afastaste-te de quem te queria bem e não o sabias.
Mas podias ter ficado. Podias ter ficado o mesmo, sem mudança alguma... com esse teu bom coração e essa parvoeira natural. Mas não quiseste e toda aquela redoma se estalou.
Tudo o que eras para mim sofreu estragos. Continuo a acreditar em ti, sim. Mas desiludiste-me.
Espero por quem tu eras autrora... Eras tu, a minha missão.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

A Antítese das Cores: O Preto e o Branco


Estava eu no carro dos papás a ouvir a habitual rádio (renascensa), eis se não, quando começo a ouvir uma música e digo, para mim mesma: "Não acredito, esta música é tão hororosa, para eu começar o dia, mas pronto, vou ter que a ouvir!" E, a seguir, pus uma cara enfadonha.

Mas depois lembrei-me: "Já que a vou ter que ouvir, e que a música é em Português, porque não ouvir a letra e perceber?"

E assim foi.

E descobri um poema lindíssimo.

"Se ela pressentisse
O olhar que me devolve
As ânsias sem idade
Os olhares ao espelho sem piedade
A verdade foge trémula e sem serenidade


Se ele sentisse
Só por uma vez
Que paro quando fala
Que rio quando olha
E coro quando é para mim
E quero que me agarre


Ela nem imagina
Ele nunca me vai ver
Volto a cruzar-me com ela
Fingindo não o ver
E por isso nunca
Ele nunca vai saber
O quanto eu te quero


Ela vai rir-se quando lhe contar
Que um dia quis dar-lhe o mundo
Mas não a soube chamar
O seu cheiro passa solto
E leve como o ar


Ele vai ter um sonho por guardar
O tempo não tem escolha
E a alma passou longe
Adeus! Será que é Adeus?
Eu não te perco mais


Ela nem imagina
Ele nunca me vai ver
Volto a cruzar-me com ela
Fingindo não o ver
E por isso nunca
Ele nunca vai saber
O quanto eu te quero


Se ela pressentisse
O olhar que me devolve
As ânsias sem idade
Os olhares ao espelho sem piedade
A verdade foge trémula e sem serenidade


Se ele sentisse
Só por uma vez
Que paro quando fala
Que rio quando olha
E coro quando é p'ra mim
E quero que me agarre


Ela nem imagina
Ele nunca me vai ver
Volto a cruzar-me com ela
Fingindo não o ver
E por isso nunca
Ele nunca vai saber
O quanto eu te quero


Ela nem imagina
Ele nunca me vai ver
Volto a cruzar-me com ela
Fingindo não o ver
E por isso nunca
Ele nunca vai saber
O quanto eu te quero"


É mesmo isto.


Já agora, a título informativo, fui eu pesquisar a letra e a música chama-se Desencontro e é de Luís Represas.

segunda-feira, 16 de março de 2009

O cinzento e fechado sistema de Ensino


E é por isto que não gosto do nosso sistema de ensino.

Porque se pode enfiar na cabeça a matéria, nas vésperas dos testes e, tendo uma cultura geral satisfatória e uma boa escrita, se consegue tirar 18's e 19's.

Era tudo tão melhor se aprendessemos, se aprendessemos de verdade. Eu assimilo tanta coisa, quilos de matéria que tenho de saber até uma determinada data e, depois... depois atinjo o ponto de saturação e vou esquecendo o mais antigo.

O essencial não se perde, mas tudo o resto...

Esta gente devia aprender, que nós aprendemos (passo a redundância) com trabalhos, sobretudo trabalhos de campo que nos motivam. Depois de robarmos tempo de uma aula para fazermos uns inquéritos para um trabalho de investigação, a stôra diz-nos: "Oh meninos, se nós não tivessemos que dar um programa, tudo poderia ser bem diferente... Podiamos fazer mais investigações, mais debates, tarefas mais dinâmicas!"

Eu acredito que o saber consiste nessas tarefas dinâmicas, no saber por experiência. Não no saber de ouvir alguém recitar o que está no livro e no que nós sabemos ler (logo, se está no livro e nós sabemos ler, nada mais há a acrescentar...), durante algumas horas, a tentar abrir os olhos porque eles insistem em fechar-se.

Ás vezes sinto que estou no tempo da escolástica em que tudo se aprendia pela interpretação de textos de livros e não com a experiência sensível. Larguem a teoria, foquem-se na prática! Só assim nos vão conseguir incutir alguns conhecimentos. Essa prática pode vir de conversas, de explorações, de recolha de dados...

E depois, quando trabalharmos, vamos pensar: "Ah pois, eu lembro-me disto... de quando fizemos este trablho em que procedemos assim, logo é fácil de se resolver."

Tudo em ti de Vermelho


Aquela magia dos gestos sincronizados,
a suavidade das mãos,
o olhar risonho mas não distante,
o ar que respiras e que eu sinto
e as palavras que pronuncias levemente,
como uma suave brisa que ecoa aos meus ouvidos
e me faz parecer mais leve e mais livre.

E sinto todos os teus desejos
e aprendo com todos os teus erros
e sorrio quando sorris
porque me trás uma felicidade imensa.
Todas as tuas expressões me são conhecidas,
todas elas falam,
todas elas falam por ti e dizem aquilo que tu não dizes,
aquilo que consentes sem gostar,
aquilo que gostas e não comentas.

E toda a tua figura me faz sonhar,
todos os teus pensamentos são a verdade,
a verdade mais escondida que eu quero descobrir,
toda a tua postura me rege.
Os teus olhos iluminam,
a tua boca guia,
os teus ouvidos escutam
e o teu andar,
o teu andar abre caminhos.
Os caminhos que eu preciso seguir para te encontrar.
(E depois de lerem isto, a resposta à vossa pergunta, é não.)

segunda-feira, 9 de março de 2009

As Amigas Coloridas


Estava aqui a acabar de escrever uma dedicatória de aniversário para uma das minhas melhores amigas e percebi o quanto as melhores amigas são importantes para mim.

Se calhar não é bom. Se calhar não é bom estar assim tão dependente das amigas, das melhores amigas... mas por outro lado, sei que elas nunca me vão faltar. Já deram provas disso.

Adoro cada uma à sua maneira... claro que tenho amigas muito proximas, mas as melhores amigas, as melhores amigas são aquelas tres.


Aquela que eu adoro, aquela que comigo cresce, aquela que me dá um sorriso, que me arruma as coisas de ginastica dentro da mala minuscula, com o seu toque especial, aquela que encontra as coisas que eu procuro, aquela que se dispõe a ajudar sempre, mas sempre que eu preciso e, que tem sempre, mas sempre tudo o que eu preciso, nem que seja um abraço. Ela que me mostra o caminho e que me faz acreditar que tudo é possível. A que tal como eu, acredita no mundo, acredita nas pessoas, acredita na Humanidade.


Depois temos aquela que já é um dinossauro na minha vida. Depois de tantas fases que já passei por ela, creio que esta é a melhor (se bem que aquela da primária na altura das descobertas também foi muito interessante!). Como é a antiquíssima, já me conhece de gingeira. Esta não vale a pena tentar enganar, falar de mansinho, ou fazer ronha. Sabe sempre as minhas segundas intenções! É aquela dos desabafos sobre os conflitos familiares, sobre os meus desamores, sobre tudo, até sobre ela. De vêz em quando torna-se impossível de suportar, segundo novas fontes, sofre de "depressão qualquer coisa", eu cá acho que é parvoíce. Mas continuo a adora-la na mesma. É a mais acessivel, basta ligar que ela aparece... ou apareço eu à sua frente! Ah! pode passar uma semana comigo, que só quando alguém repara, no fim-se-semana, é que ela repara, também, que cortei o cabelo.


Depois temos a outra, aquela com quem sou somente 51% compatível. É um facto, somos como azeite e água. Não gosto de muita coisa nela, mas gosto muito dela. É horrível ir com ela às compras, principalmente se tivermos de comprar alguma coisa em conjunto: tudo o que vimos nas montras que nos desperta a atenção, enquanto eu estou a dizer que adoro, está ela simultaneamente a dizer que odeia e, vice-versa. Irritam-me muitas das suas atitudes, mas isso não invalida que reconheça nela uma verdadeira amiga, que apesar de dizer muita coisa que não gosto de ouvir, está la sempre e lebmra-se sempre de mim, principalmente quando os outros acham que estou a ser mariquinhas. A sua capacidade de observação, faz com que repare em tudo em mim e, que por isso, perceba sempre como estou.


Acho que se elas vierem cá ver isto sabem quem são, por isso, a todas: Muito Obrigado!

Fazem de mim quem sou e fazem com que o Sol sorria muitas, muitas vezes para mim.

Beijinho.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Faz de Conta que somos todos amarelos fluorescentes


-"Mas vou de quê?"

-"Vai de agricultora!"

-"Mas isso eu não gosto!"

-"Joana!! Não encontro a saia!"

-"Eu quero ir sexy!"

-"Meninas, e se eu não encontrar o vestido?"

-"Epá é impressionante, só à última da hora é que nos lembramos dos fatos!"

-"E eu ainda não sei como vou!"

-"Eu preciso de um top!"

-"Vai experimentar esta saia."

-"Este fica-te bem, leva!"

-"Ah! Mas é muito foleiro!"

-"E caro."

-"E eu que ainda não enconteri nada..."


Vesperas de Carnaval... O tão aguardado momento do ano, em que podemos ser o que quisermos.

Como eu adoro poder ser outra coisa qualquer, maquilhar-me, pentear-me...

E ir às compras!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

A vida rosa dela


Esta é a Joana. Ela era muito pequenina, mas agora cresceu e percebeu que pode pensar cada vez mais e cada vez mais além. Ela tem opinião sobre tudo e, como acha injusta e má muita coisa, não quer ser aquilo que ela própria critica. Ela às vezes acha que está sempre bem e que os outros é que estão mal por não gostarem dela ou das suas atitudes. Mas depois, noutros dias, usa essa sua capacidade de pensar e tenta lembrar-se se as pessoas não se chateiam com ela por ela ser aquilo que critica. Por vezes chega à conclusão que quem a critica também está a ser como aquilo que critica e que por isso não deve dar valor, mas em alguns casos, também sente que não procedeu bem e que ao ser igual a quem a critica e que faz o mesmo do que aquilo que critica (perceberam?), está de novo a ir contra os seus princípios. Bom, o facto é que a Joana não conhece muito bem os seus defeitos, ou pelo menos aqueles que as pessoas consideram os seus defeitos. E, também se baralha nas suas qualidades às vezes (pronto, ela sabe quais são mas gosta que lhas digam sempre, por isso!). Daí que o vosso objectivo é ajudar a Joana. Por cada vez que ela passar pela casa dos seus defeitos, volta a casa de partida. Se parar em defeitos que não sejam os dela, fica uma vez sem jogar ou dá uma vida a um dos seus amigos que têm esse defeito, para os ajudar a melhorar. Se calhar nas suas qualidades, avança três casas, ou ganha uma vida e, se parar numa outra qualidade que não seja a sua, vai para a mesma casa do seu amigo mais avançado, ou ganha duas vidas porque conseguiu ser melhor do que já é!
Ajudem-na a percorrer o percurso com o maior número de vidas possível até chegar ao “Não lhes ligues porque és a melhor!”, com fundamento.

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Boa Sorte, a utilidade da confiança branca

Olá! Já não escrevia há algum tempinho...
Tenho tido algumas ideias, mas nada de especial.
Até que me surgiu uma ideia: As voltas que este mundo dá.
Penso nisto muitas vezes e, cada vêz mais, a sério, coisas que eu há alguns anos pensava completamente impossíveis, são realidade agora. Isto leva-me a reflectir sobre o futuro... já viram? Se calhar os meus inimigos agora serão meus amigos no futuro e vice-versa e, será que me vou apaixonar pelo rapaz de quem agora não posso ouvir falar? Parece coisa de novela, mas acho que vocês já devem ter percebido que não é.
Tudo se transforma muito quando vamos para uma turma nova, as pessoas que nós conheciamos de vista, tornam-se importantes... importantes porque não conseguiriamos passar sem elas ou pelo contrário, importantes porque seriamos muito mais felizes sem elas. Claro que as primeiras têm muito mais valor para mim, né?!
O facto é que nunca pensei que algumas coisas acontecessem, gente a principio estranha, torna-se nossa confidente, nosa companheira, nossa camarada, nosso ódio de estimação ( grrr ), nossa fonte de contactos, nosso ponto de apoio, nosso arranque e nosso travão, nossa amiga!
Para tudo isto é necessária confiança e é essa confiança que se ganha todos os dias, nas mais pequenas coisas, nos mais pequenos actos, nas mais pequenas expressões, hesitações, nos mais pequenos sentimentos e naquilo que somos quando somos expontâneos, sinceros, compreensivos...
A confiança ganha-se com o tempo e com os pontos que vamos encontrando nos outros que são comuns a nós mesmos. Assim se cria a amizade.
Um grande passo para o ganho de confiança são os segredos.
Muita gente pensa que eu ainda não sei guardar segredos, engana-se. Os segredos mais íntimos, mais importantes... não os conto, decerteza. Nem os meus, nem os dos outros. É verdade, há alguns anos escapavam-se me muitas vezes os tão valiosos segredos, mas uma coisa que eu não sou, é burra e insensível, portanto, tudo o que se escapou não iria ter muito graves consequências. Claro que agora todos os meus amigos confiam em mim (I hope so), o que quer dizer que já dei provas que podem sempre contar comigo, vá pronto um mexerico aqui e além é normal, mas nunca é sobre as coisas que me pedem que não comente. Eu respeito porque também gostaria que me respeitassem se estivesse em tal situação.
Admito, é me muito difícil guardar algumas coisas, principalmente quando sei que se calhar as consequências até seriam boas. Mas não sou eu quem tem de decidir isso. É a própria pessoa que fala comigo.
Ah! a relação com a confiança é que numa das reviravoltas do mundo, alguém confiou em mim e isso fez com que eu percebesse que sou útil de vêz em quando.
Portanto, só vim aqui dizer... pronto admito, isto está enorme, mas até é capaz de estar interessante!
Trust me. I help everyone when I can.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Estou a modos que laranja de irritação, podia ser pior...

Eu não criei este blog para falar essencialmente de mim, mas sim da minha posição e da posição de jovens mais ou menos bem formados, sobre alguns aspectos reais e contemporâneos.

Mas, hoje, ai, eu preciso de escrever...

Sinto-me como um saco de boxe, epá sem dramatismos, mas fogo, parece que ás vezes nada me corre bem. Tou farta, só isso. E, não, não tenho nada. Apenas estou farta, quero que me deixem um bocadinho, que me "deslarguem" do pé.

Talvês seja eu que espere mais dos outros do que aquilo que realmente mereço, ou talvês seja eu que esteja mal acostumada.

Mas acho que, por vezes, não custava muito porem-se no meu lado, verem com os meus olhos, sentirem com o meu coração.

Fogo, custa muito fazerem-me a vontade às vezes, quando eu faço aos outros muitas vezes, também? Custa muito verem que eu estou chateada e não picarem ainda mais? Custa muito porem-se no meu lugar?



Peço desculpa, epla crise, mas acho que estou em idade disso...

Beijinho.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Uma sociedade meia roxa II

Eu, supostamente publiquei o texto anterior ontem, só que como não estava a conseguir postar, publiquei-o hoje.
Isto tem importância, porque tenho novas informações, mas não quis estar a mudar o texto anterior, porque queria conservar, na íntegra, o que estava a sentir no momento.
Os novos dados revelam que afinal não foi o outro senhor que foi assaltado, mas sim a minha prima e umas amigas. Provavelmente o outro senhor foi atras dos... como é que eu lhes hei-de chamar... aspirantes a rebeldes.
Estou apática, novamente.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Uma sociedade meia roxa


Ainda estou parva.
Não sabem o que eu vi hoje, infelizmente.
Estava eu muito bem, na minha rua a falar com uma amiga, eram cerca das oito e meia, quando vemos dois ou três rapazes (não chegámos a nenhuma conclusão em relação ao número) a correr, estando um deles com uma pasta de adulto na mão. Ambas tememos o pior. Desviamos o olhar e observámos um senhor apático, com tudo aquilo. Prvavelmente o assaltado. Não houve ameaça, nem arma, só rapidez.
Eu fiquei sem palavras e, só me vinha à cabeça, o clichet: "Mas como é que é possível?"
Para além de toda aquela situação me assustar, porque afinal de contas, é a minha rua e isto vem provar que não estou segura em nenhum lado nem a nenhuma hora, o que mais me aterroriza são as causas morais deste acontecimento. Ou seja, o que é que pode ir na cabeça daqueles jovens, com cerca da minha idade, para roubarem uma pessoa?
A sério eu não compreendo, como é qu eu posso ser feliz numa sociedade assim. Ninguém respeita ninguém! Se não gostamos que nos tirem as coisas, porque raio é que havemos de as tirar aos outros?!
Tenho raiva deles, tenho raiva desta sociedade, e no fundo de todas porque são todas assim, tenho raiva desses parasitas que impedem que toda a gente seja feliz, até eles próprios e, sinto-me triste, muito triste, por saber que isto nunca vai mudar, triste por saber que ninguém compreende que não se faz mal porque se vai preso, mas que não se faz mal, porque não gostamos que nos façam mal a nós!
Porquê que nem toda a gente pensa como eu? Porquê que há tanta maldade, se não gostamos que nos façam mal a nós? Porquê que as pessoas se vingam, se no fundo só estão a fazer o que os outros, de quem se vingam, também fizeram? Porquê que se goza? Porquê que se rouba? Porque é que se mata? Porque é que se maltrata?
Se queremos ser felizes temos que fazer os outros felizes, só assim gerando uma cadeia de bons valores, de generosidade, de solidadriedade, de paz é que vamos conseguir ser todos felizes!
Sei que é uma utopia, sei que muita gente está agora a pensar "Coitadinha da menina, ainda é pequena e não sabe como funcionam as coisas!" Não é isso, eu sei muito bem, por isso é que acho que não custava nada, dár-mos mais um bocadinho de nós, para espalhar a felicidade pelo mundo.
Não sou parva, apenas acredito que não há pessoas más, mas menos boas. E as más, devemos ignorar.
Eu sei que os ladrõezinhos não estão a ler isto e, que por isso, não vai levar de novo a mala ao senhor, mas se conseguir expressar o que sinto para que alguém me entenda, jé é muito bom.
Beijinho.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Estarei sempre no meu cantinho rosa...


Eu tenho reparado numa coisa em mim...
Mas sempre foi assim.
Não é frieza nem insensibilidade, eu apenas... não sei.
Eu não sei consolar, principalmente pessoas com quem não tenho muita confiança.
Não é bem consolar, é aquilo de ver-mos alguém a chorar e dár-mos a tal palmadinha nas costas, a festa no cabelo.
Eu, simplesmente, não sou capaz. Não consigo. Não sei se é bom ou mau... mas não consigo!
O meu braço não se mexe, a minha boca fica muda, o meu olhar desvia-se.
Eu sei que talvês precisem do meu apoio, mas eu prefiro dá-lo com acções. A mim, tudo isso me parece um pouco cínico, não sei bem, acho que nós não compreendemos a dor dos outros, é impossível, logo não adianta fingir que tal acontece...
Eu sinto-me esquisita se realizar um desses gestos, desses pequenos gestos que se calhar até fazem a diferença e eu não sei... ou talvês não.
Claro que é importante, quando estamos triste ou a precisar de apoio, termos alguém com quem sabemos que podemos contar. Eu, pelo menos gosto, significa que não estou só.
Mas eu não consigo demosntrá-lo, eu estou ali, é essa minha maneira de prestar apoio, mas sinto-me incapaz de proferir palavras, tudo me soua mal, sinto-me incapaz de bater nas costas, parece-me cínico, sinto-me incapaz de ter algum gesto de carinho, pois tenho medo de magoar, tenho medo de não estar a altura do apoio que os outros precisam.
Apenas prefiro... refugiar-me em mim própria, no meu palácio interior, e lá permanecer até que esse alguém necessite de mim.