segunda-feira, 29 de março de 2010

O Céu Azul é Omnipresente


Apercebi-me de que o Sol é igual onde quer que estejamos. Bem, não é bem o Sol, é o ar. Mas também não é o ar, é o meu espaço, ou o espaço onde estou. Vá, onde quer que estejamos talvez não seja verdade, mas o facto é que consegui sentir a mesma brisa e o mesmo calor e o mesmo silêncio de Paris. O mesmo silêncio? Sim o dos pensamentos. E por momentos senti: as pombas, os pardais, as árvores e o Sol. E depois pensei, é Primavera, e assim associei a lógica das estações. Quem sabe se a sua existência não tem como fundamento próprio juntar bocadinhos de elementos comuns de ano a ano. É possível.
Ainda assim, e tal como as estações, que embora mudando de data, aparecem sempre em todo o mundo, também eu, e também tu, seremos sempre os mesmos. Com menos ou mais calor, mais ou menos chuva, menos ou mais vento. E de que quem não nos livramos é dos dramas pessoais e os problemas chatos, que vão connosco para aqui, para lá e para acolá. Em contrapartida, também o nosso Q de coisas boas não nos deixa no aeroporto.

sábado, 20 de março de 2010

Novos Valores Amarelos se Levantam

Tenho medo disto! Medo deste mundo.
Descobri na TV um programa belíssimo, em que as mães inscrevem incessantemente as suas crianças em concursos de beleza. Para que destes saiam vencedoras, não poderiam, de todo, faltar horas de maquilhagem e cabeleireiro, fatos de plumas e birras q.b. Não serão estas impacientes e inoportunas birras, que constituem os dramas íntimos destas mães, de algum modo (ou de todos) justificáveis?
Adivinhem lá onde é que estes pequenos espectáculos, de pequenas exibições de pequenas aquisições a render (ah não, chamam-se filhos!) se verificam... huum... vá lá, é fácil...
(sim, claro que é aí, nos EUA).
As crianças choravam não por fome, não por sono, não por febre... porque não queriam brincos, nem laca, nem rímel. Muitas têm 4 anos. Acho criminoso, sujeitar tão pequenos seres a esta pressão, a estes químicos, a estas roupas. Para quê? Para os pais comprarem carros com o dinheiro que os filhos recebem por mostrar a sua beleza tão infantil, tão ingénua e tão... artifícial.
Que valores, que valores são estes? Mães que põem a competir irmãs, tendo evidentes preferências. Mães que afirmam que o importante é o jurí gostar. Mães que exigem sorrisos aos filhos ainda que forçados e sem conteúdo.
Que resultados serão estes? Filhos frustrados por serem submetidos àquela palhaçada. Filhos são auto-estima e com medo da rejeição por não ganharem os concursos. Filhos que não gostam dos irmãos. Filhos que pensam que a beleza é o motor da sociedade.
E não será isto verdade? Não será a beleza, a superficialidade, a caixa, aquilo que interessa realmente, agora?
Tenho medo disto! Tenho medo deste mundo.
(para já não falar nos milhares que são dados para os garotos se pavonearem em frente a uma plateia enquanto que outros milhares morrem de fome e de sede)

terça-feira, 2 de março de 2010

Saberei as regras desse jogo azul sedutor?

Chegas-te de mansinho, retribuo. Não há espaço para palvras, mantenho silêncio. Despertas em mim essa curiosidade, a sede, o perfume. Torna-se hábito. Mas eu gosto, e tu também. Será? A dúvida torna-se pesada, perdi-me nesse teu pensamento desértico... e como está frio! Continuo, não há-de ser nada. A circunstância separa-nos, mas presenteia-la com a distância. Que bom era se de tão distante estivesses perto de mim, mas não será certo, certamente. Não interessa. Regressas. Agora és tu, não eu. Sentes-te como um arqueólogo no Egipto, desvendas esse mistério. Na serena quietude do meu ser, nada me faz reagir. Apenas deixo o destino correr. Um eclipse, será esta a vontade do destino? É-o indubitavelmente. Caio nesse poço. Não! É um precipício, mas lá em baixo... lá em baixo há vida! É um dia de Sol, sem uma única núvem e passeio sob o mesmo. Só? Não sei se continuas comigo... Desculpa, afastei-me do ponto de partida. Queria ter correspondido, mas preferi guardar, sem torbulências, esse ar que ouvi, trazido pela doce brisa de noite de Verão, o Inverno estava quente.