terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Bolha Cinzenta saudosa de Rosas Vermelhas

Não quero saber o que vão pensar da minha escrita mais comum, mas é assim que tem de ser. Quero exprimir o que sinto e não usar os meus sentimentos para construir maravilhosas composições das quais me vá vangloriar, porque não sou eu que tenho de evidenciar. É simples: não sei o que sinto, tou estranha. Importante para mim, claro, muito. Ensinaste-me a escrever o meu nome, a dar nome aos peixes, a limpar os ouvidos depois do banho, ensinaste-me a ser quem sou e agora… eu acho que não consigo acreditar, foi tudo muito rápido. Não, não acredito. Mas quer dizer, acredito porque não me estão a mentir. Não, não quero ver para querer. Não quero ver, tenho medo. Tenho medo de te perder. E não choro muito, não sei se por estar sempre acompanhada, se por ainda não acreditar de todo, ou porque pura e simplesmente me esqueço e sigo com a minha vida. Acho que estou a evitar o sofrimento, ya, lá estou eu a tentar uma das teorias froidianas para o que sinto. Mas se calhar é verdade. Se calhar esqueço-me de propósito, se calhar tiro importância de propósito, se calhar relativizo a questão e coloco-a nos outros de propósito. Mas não quero, de todo, deixar isto em branco. Sinto-me estranha. É assim uma coisa esquisita, que está no coração. Parece uma bolha. Desculpa, desculpa por tudo a sério. Fui muito mal criada, muito mal-educada. Tinha sempre resposta e nunca obedecia e fazia muitas birras. Acho que sempre fui um bocado egoísta até agora. A Ti te agradeço tudo. Desde os laços que dou aos ténis até à perfeição nos tpc. Aquele Amor que sempre me deste. Aquela tentativa de me cultivar valores importantes que fazem de mim o que sou hoje. Não tão perfeita como deveria, mas um protótipo de. A Ti te garanto que não passarás como se nada fosse, a Tua obra é magnífica e isso vê-se e isso sente-se. A prova de que os bons vivem felizes. Pelo menos assim acho, não tens noção da quantidade de pessoas que te adorava. Adoravas tanta gente. A ti sempre, Mãe, minha Linda Mãe, nunca te esquecerei (GOSTO MUITO DE TI, OUVISTE).

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Amor tão Branco e tão Ilimitado


"Da noite que me cobre,
Negra como um poço de alto abaixo,
Agradeço quaisquer Deuses que existam
Pela minha alma inconquistável.

Na garra cruel da circunstância
Eu não recuei nem gritei.
Sob os golpes do acaso
Minha cabeça está sangrenta, mas erecta.

Além deste lugar de fúria e lágrimas
Só o eminente horror matizado,
E contudo a ameaça dos anos
Encontra e encontrar-me-á, sem temor.

Não importa a estreiteza do portão,
Quão cheio de castigos o pergaminho,
Sou o dono do meu destino:
Sou o capitão da minha alma."

William Ernest Henley


E se ele "passou quase trinta anos numa cela, e conseguiu perdoar todos os que lá o meteram", como pode ser tão grandiosa a nossa pequenez que eleva a mais alta mesquinhice à condição de obstáculo ao perdão?

Descobri a plena bondade neste Homem, Mandela. Agora já posso juntar mais este pedacinho em mim, junto a Luther King e Madre Teresa. Pudesse eu ser tão valiosa como eles, que dentro da minha cela de largura de braços em que me encontro conseguisse ver o mundo e amá-lo, tanto como me amo a mim, tanto como às vezes me custa a acreditar que sou capitã da minha alma, tanto como me odeio sempre que me importo com a estreiteza do portão.


P.S. Vejam o "Invictus", não é dinheiro deitado fora, garanto*

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Fragmentação tropicalmente cromada


"Saudosa de lembranças remotas,

procuro no tempo a felicidade

que espero encontrar.

Engenhosa e intelectualmente falando,

requinto-me entre palavras que sei

de amor, de amor por mim

e pelos outros.

Com um alegre regresso ao que

dantes fui, consigo endireitar-me.

E forte consigo sempre ser,

na classicidade poética da vida."



"Independentemente de gostar ou não, o importante a referir é que muito pouco do que me rodeia me agrada totalmente. Claro que gosto do mundo sim, principalmente eu que ainda creio em utopias. Mas a ânsia de chegar à perfeição e de fazer com que o mundo a atinja, move-me a lutar e falar. Posso ser pequena, e sou-o decerto. Mas enquanto puder falar, muita coisa poderá mudar!"



"Sei dessa tua perfeita sintonia que comigo crias. Todas as frases inacapadas que deixas que eu, pelo menos em pensamento complete. Conheces-me quase melhor que eu, o que não é difícil, dada a minha complicação perceptiva das coisas. Não o sabes. Não sabes isso, isso mesmo que eu sei. Inspiras-me. Consegues fazer viver o eu que tantas vezes se esconde. Em ti sinto a liberdade. Sinto-me feliz. Não me deixes, por mais afastado que possas estar..."



Andei a intrigar-me com isto até que decidi testar: será que tal como Fernando Pessoa também eu me consigo dividir? Sei sim, que nada em mim é igual. Já me disseram versátil. Acho que é uma qualidade. Mas acho fantástico poder-se ser outros que não nós, daí a minha paixão pelo teatro que aqui ainda não falei. É Magia, tudo Magia.