segunda-feira, 19 de abril de 2010

Hoje Apeteceu-me Incendiar as Ideias com Madeira Clara


Os três argumentos contra a pena de morte:

1 - se matamos alguém por este ter morto alguém, então também nós deveríamos ser mortos e, consequentemente, o mesmo teria de ser feito a quem nos matou e assim sucessivamente (o que convinhamos, não era muito viável, haveriam órfãos, e baixas taxas de população activa e crise no sistema da segurança social, etc)

2 - o facto de a vida ser um direito ilanienável impede que alguém, considerado entidade justa e suprema a possa findar, assim não nos caberá, jamais, a nós, humanos, cidadãos no mesmo pé de igualdade, julgar sobre a vida de outrém

3 - enquanto que numa pena em prisão, caso mais tarde se prove a inocência de um condenado, este pode ser liberto, o mesmo não sucede se o mesmo for morto (a não ser que consiga ressuscitar, o que não sendo eu de intrigas, me parece pouco provável)


Assim sendo, não se pode punir um crime com outro crime e mais, por mais repressivos que possam ser os sistemas judiciais (que tendem muitas vezes a falhar), não impedem que os crimes continuem a ser praticados, temos o caso dos EUA. A redução da criminalidade é reduzida através da educação e da transmissão de valores que incutam a consciência do outro como um ser igual a nós.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Iluminação Champanhe do Vazio


-No fundo sentimos o mesmo.

-Bem sei o que te atormenta, o vazio que te engole, o abraço porque esperas. E melhor que ninguém, sei que o consolo é tarefa árdua.

- Essa angústia que te consome e não te permite ser feliz, os pensamentos em que te afogas e não te deixam viver. Nada, nada me sabe melhor do que esquecer e seguir. Pegar no bom e amar. E sorrir.

-Dor de alma é o que me consome por saber que não consegues superar, que te é impossível superar-te.

-Não ter amparo, ou não o sentir é estar num túnel sem fundo. Mas também eu anseio a luz. Também tu a poderias adiantar, a poderias desejar com muita, muita força.

- Eu, não sei como viver.

- Quem melhor que tu para te ensinares? Sê dono do teu próprio destino. Entre mares e desertos, tempestades e calmarias, és tu quem pode encontrar o caminho mais ameno. Nesse caminho não faltarão, duendes, ou fadas, ou até mesmo cães falantes ou golfinhos voadores.

sábado, 10 de abril de 2010

Se nesta Rua Apenas Existisse o Azul-escuro ou Preto dos Impressos, Estavamos Mal.


Se calhar exigem, se calhar exigem que deixe de fazer escorregar as pernas quando o chão está gurduroso, ou deixe de estupidamente dançar quando mais ninguém vê, ou de fazer aqueles aldrabados passos de ballet que sempre quis aprender. Se calhar exigem que deixe de fingir que toco piano com os dedos quando estou a trautear uma cançao, ou que a deixe de cantar por mais desafinada que esteja. Se calhar exigem que deixar de fazer vozes irritantes e de me rir com os lábios todos rasgados. Ao menos que não precise de deixar de pular, sem ser a pés juntos. Saltitar é isso mesmo, em vez de andar. Será que tenho de deixar de rir? E de fazer textos como criança? Talvez não possa continuar a tapar a boca e a cabeça com o lenço, sonhando estar nas Arábias ou atá-lo atrás das costas criando uma nova peça de roupa, ou ainda prendê-lo à cadeira, vendo-me como dama indefesa atacada por bandidos.
Tudo bem, que o façam. Que me acusem de o ser, ou de não ser. É me inconcebível fazer cara sizuda para os que me olham só para parecer mais velha. Ou para parecer que tenho a idade que tenho. Sou incapaz de sorrir apenas com o alargamento dos lábios cerrados só para parecer mais velha. Ou para parecer que tenho a idade que tenho. Não me é sequer permitido deixar de fazer corridas ou concursos de insultos (com a mana) só para parecer mais velha. Ou para parecer que tenho a idade que tenho
. Não guardo, não espero. Há momentos em que tenho de me portar bem, outros nem tanto. Enquanto isso e ainda que tenha sempre a mesma idade, não quero deixar de fazer o que me apetece. Mas claro que não ando a fazer estas coisas na escola, não é. A questão é porquê? Será que sou assim tão anormal ou ninguém tem esta necessidade de avariar? Gentinha pobre de espírito que se contrai e endireita, se ergue e se fixa, se endurece e se esfria deixando apenas parecer. Parecer o que é.

Ah! E sei de quem goste de mim assim, tá?

Mesmo que Bastasse, a Transparência Não é o Meu Forte


Devia, devia não pensar
ou pensar só um bocadinho.
Devia escrever com atenção,
mas sem apagar depois.
Devia voltar a escrever aquilo
que realmente quero ou preciso.
Devia falar e dizer o que penso,
não que o que penso não o possa dizer,
não que o que penso seja mau de dizer,
mas apenas porque não o consigo fazer.
Devia pensar mais em mim
e fazer o que não gostas,
ser persistente até mais não
com a ideia que odeias
e fazer cara feia quando não me ouves.
Devia aprender a dizer não.
Não, não.
Não quero, odeio, é feio.
Pronto disse.
E agora?
Não quero magoar mas não me quero magoar.
Se eu ouço, que me ouçam!