quarta-feira, 30 de junho de 2010

O pote é tão transparente que até parece vazio de ideias

"Então e agora? Vais para que curso?"
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"Pois ainda não sei, ando a ver..."
Ando a ver, ando a ver, mas só posso ver mais umas semanas (e muito poucas, por sinal). Neste meu acto desesperado, em que estou a evitar constantemente usar a minha capacidade chamada "razão" para fazer uma escolha, dependente do meu "livre-arbítrio", venho falar-vos de um dos meus problemas. Nunca fui boa em escolhas, não é nenhum segredo. Bem, não é nas escolhas em sim, mas no acti de escolher. Sou a indecisão andante. Não sou psicóloga, muito menos de mim mesma, mas acho que esta minha inquietação em fazer opções se prende com a insegurança de optar pelos caminhos piores em vez de os melhores.
É claro que vejo os prós, os contras e os neutros e ainda os outro neutros. Mas nada.
Concretamente, não sei se sigo "Publicidade e Marketing" ou "História". Sim, não tem nada a ver. Preciso da vossa ajuda malta, estou num pote onde não alcanço a tampa, mesmo.
Em P/M gosto muito da componente prática: os ateliers, o estudo do comportamento do consumidor, os estudos de caso... Para além disso, actualmente o emprego parece existir em maior quantidade, no entanto devido à grande popularidade de que está a ser alvo, esta realidade pode muito provavelmente ser alterada. Outro factor que me agrada é a média ser de aproximadamente 15/16 e a minha média digamos que é elevada e não gostaria de a "desperdiçar" (compreendo a vossa indignação, a serio, mas não me julguem pelo egoísmo ok?).

H acho que é assim o campo de saber que mais admiro, causa-me uma imensa curiosidade aprender História. Sinto-me uma pessoa muito mais culta e interessante quando me entrego a esta disciplina, no entanto não sei se o plano de estudos não será excessivamente teórico para mim. Quando me vejo perante muitas opções semelhantes, caio na monotomia e perco o interesse... Mas o que tenho visto é que, mesmo durante o curso me posso dedicar a pólos de investigação variados que até me poderão integrar no mercado de trabalho. O emprego como se sabe é muito escasso nesta área, ainda para mais, eu gostava de seguir ensino secundário. Mas se me destacar pela possitiva pode ser mais fácil encontrar trabalho e quem sabe se as projeções não mudarão, uma vez que muito pouca gente está a concorrer a esta área? Frustra-me um bocadinho é a média ser tão baixa (vá atirem lá as cascas de banana!).

É isto. Não me decido. E sei que provavelmente entro na primeira opção em que me candidate, logo não há o critério "entrar na segunda opção".

Sugestões?

quinta-feira, 24 de junho de 2010

A Escola Era Azul, Também o Adeus o Será


E separaram-se essas duas almas. Duas não porque na verdade são muitas mais... Seguiram em frente até que um desses pequenos seres subiu e o outro desceu, pela rua que, muitas vezes, juntos ou sozinhos, subiram e desceram tantas vezes...
De facto, nunca mais nenhum deles passará por esta rua sabendo que aquela escola lhe pertencia. Pertencia sim, porque a escola é de todos!
De facto, nunca mais nenhum deles olhará para dentro desta com um olhar implicante e contestatário, sempre justificado (e outras vezes nem tanto).
Porque nunca mais se sentarão lado a lado, ou de costas, ou de frente nas carteiras que habitaram tantas vezes e que são testemunhas de muitas conversas. A maioria delas cusquice, ou até mesmo mal-dizer, mas aquele mal-dizer que sabia bem dizer quando nada mais se conseguia ouvir dizer ali, dentro daquelas quatro paredes, dentro daqueles pavilhões, dentro daquele portão.
Muitas coisas eram más, outras tantas eram boas. Mas nunca as aulas de secundário se repetirão. E claro que todas as almas desse liceu, principalmente as mais próximas, se continuarão a encontrar (não seria esta a verdade mais desconfiada de sempre...)

segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Saia Verde

Aquela saia verde usei, ontem, anteontem e amanhã usarei. Não, não é aquela que era da avó e que está enterrada no baú guardada religiosamente com os cheirinhos que cheiram à infância e ao antigo e às férias na terra. É a outra, a que me deste, a que gostavas muito e por tanto gostares também eu dela gosto. Mas esse teu tempo já passou e agora cabe-me a mim, erguê-la ao vento, sim porque esvoaça e não é pouco, e tapar com ela as minhas perninhas brancas e pálidas que a fazem subir às vezes. Useia-a de manhã, era camponesa antiga. Usei-a de tarde, era hippie nos anos 60. Usei-me a mim e era tudo o que queria ou queria querer ser, mas nem sempre eu. Posso usá-la em muitos outros locais, em muitos outros tempos. Podia tê-la usado em muitos outros locais, em muitos outros tempos. Mas foi ali. Mas foi naquele dia. E nesse dia aprendi que posso ser tudo, mas não deixo de ser eu.