quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Palácio de Magenta Amor


Outrora corríamos pelos corredores, largos, fundos, sob um céu de sonhos ondeantes, esculpidos por gente grande e escondia-me na alcova real, de mantos rosa de veludo e de desejos dourados, de paixões espelhadas e encontrava-te depois coberto pelo cortinado de seda azul da noite, envolto em mistério, no mistério que me seduzia e nos jurava amor. Passávamos a sala de rompante e tropeçava no sofá, nas caneladas do destino, e sabia de certo, que, desatenta, iria de novo contra algo, mas não parava, e tu corrias atrás de mim, apenas paravas com medo de fazer as porcelanas cair, mas depois continuavas, e seguias-me até ao quarto dos infantes. Subitamente aparece o mordomo, paramos, coramos, continuamos a ver. Ele passa e entramos, agora sim éramos iguais, ambos crianças, simples, que no meio da ingenuidade traçávamos futuros, e no meio dos livros de histórias de encantar que narravam histórias de reis e rainhas, príncipes e princesas, condes e condessas, adormecíamos no tempo. Investes, e eu fujo, para a cozinha, agora. Passas a mesa, eu pego na frigideira, pesada, tem a força do nosso amor, ias levar com ela, mas simplesmente me abraças e a carregas. Põe-la no lugar e agarras-me. Até hoje. Espera!, disse eu, e o terraço? No terraço vivemos agora, com as rosas da fina diplomacia, e as giribérias que a mim lembram alegria. Com os cravos, e as dificuldades, e as túlipas e os amigos. O Sol sempre raia lá em cima, e no banco nos sentamos a contemplar a vida, as heras trepam pela parede como o nosso amor que cada vez cresce mais, e o perfume? Esse acende-nos a paixão e move-nos na vida.

3 comentários:

Joaninha disse...

Seria tudo muito mais fácil se se resumisse a contos de fadas, principes e princesas, em que tudo acaba sempre bem :D


Adoro-te, companheira de mundo inventados (L)

Diana Duarte disse...

Uma relação é como um jardim, seo tempo o permitir e lhe dedicarmos tempo e carinho pode tornar-se num conto-de-fadas.
No entanto, de vez em qando, o tempo não o permite ou o empenho não foi o melhor ou aquele que devia ter sido. Aí, as ervas daninhas aparecem e se os "jardineiros" não estiverem atentos o jardim transforma-se em selva...

LilianaS. disse...

Obrigada:)

Sinto o mesmo