segunda-feira, 7 de junho de 2010

A Saia Verde

Aquela saia verde usei, ontem, anteontem e amanhã usarei. Não, não é aquela que era da avó e que está enterrada no baú guardada religiosamente com os cheirinhos que cheiram à infância e ao antigo e às férias na terra. É a outra, a que me deste, a que gostavas muito e por tanto gostares também eu dela gosto. Mas esse teu tempo já passou e agora cabe-me a mim, erguê-la ao vento, sim porque esvoaça e não é pouco, e tapar com ela as minhas perninhas brancas e pálidas que a fazem subir às vezes. Useia-a de manhã, era camponesa antiga. Usei-a de tarde, era hippie nos anos 60. Usei-me a mim e era tudo o que queria ou queria querer ser, mas nem sempre eu. Posso usá-la em muitos outros locais, em muitos outros tempos. Podia tê-la usado em muitos outros locais, em muitos outros tempos. Mas foi ali. Mas foi naquele dia. E nesse dia aprendi que posso ser tudo, mas não deixo de ser eu.

3 comentários:

LilianaS. disse...

Ohhh, adorei.
E fico muito contente por saber que és alguém que se mantêm fiel a si mesma. Que amas tanto os prados como a geração peace & love e que ainda te lembras da sia da tua avô e que como eu reconheçes aquele cheiro antigo, e infantil =)
E que por alguém adorar a sia, também tu adora...
A isso eu chamo Amor... (=

LilianaS. disse...

(maldita letra a que está sempre a falhar em saia)

Missy_FLORescente disse...

não são as recordações que te fazem usar a velha saia :) não te esqueças que estamos na geração retro e vintage meu bem :P o antigo agora é fashion ahahah :D