terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

A Carta Amarela do Tempo

Eu sei que tenho deixado isto assim meio abandonado, mas tenho escrito, acreditem. Tenho escrito outras coisas, noutros sítios. O problema é transcrevê-las para aqui. Mas hoje dedicarei-me a fazê-lo!

Costa do Marfim
Não tenhas medo. Está tudo escuro, eu percebo. Mas não tenhas.
O pai e a mãe já vêm. Eles sairam, mas voltam. Não sias à rua, as pessoas estão confusas e não andam a fazer coisas boas. Não fiques em casa. Pelo menos, não sem escolheres um sítio como esconderijo. é que essas mesmas pessoas podem entrar pela tua porta dentro. Mas não te assustes. Por favor. Elas procuram algo e, não encontrando, voltam para a rua.
Procuram coisas de valor, não posuis. Procuram armas, infelizmente sabes o que são, mas não as tens. Procuram álcool, também não tens. Então procuram o teu pai, ou atua mãe. Para coisas distintas. Mas sairam. Eles voltam, já te disse.Mas depois de tudo isto.
Depois do sangue ser limpo das ruas pela chuva, depois do cheiro a pólvora e a morte se diluir com o vento, depois dos gritos das balas se calarem com o tempo.
Eles voltam.
Tu, inocente, terás de novo uma família. Terás a fome saciada e a debilidade curada. Enquanto isso, espera, espera como já esperaste. Espera que o mundo veja aquilo por que passas agora e o jogo em que tranformaram a tua vida.
Não queres um governo.
Queres paz.
Não tenhas medo.
Hey! Ainda te manténs acordado?
(o texto já tem uns tempos)

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